segunda-feira, 27 de junho de 2011

Uma vida 24 horas

Ok, Macaé não é mais aquela cidade pacata que conheci há pouco mais de 23 anos e para onde minha mãe se mudou levando a mim e ao meu irmão na tentativa de uma vida próspera.
De lá pra cá o crescimento não foi só no orçamento e no inchaço da máquina pública em meio a escândalos e falta de investimentos na qualidade de vida dos macaenses. Sim, há melhorias. O município viu sua vizinha, Rio das Ostras, se emancipar e se tornar um dos municípios que mais cresce anualmente; viu Quissamã sair do ostracismo e Carapebus sair do único conceito que usufruia: o de cidade mais tosca do Brasil. Viu a Serra ganhar estradas pavimentadas (tsc) e os acessos melhorados (tsc tsc). Viu a construção de um estádio moderno - ok ok, sem estacionamento e tumultuando a vida de Deus e o mundo; viu a construção do HPM, das Linhas Vermelha, Verde e Azul; viu a Praia dos Cavaleiros perder aos poucos sua faixa e areia e o mar arrebentar as calçadas e ruas cada vez com mais frequência; viu a galera se mobilizar para legalizar a área de proteção ambiental da Praia do Pecado; viu o Parque de Jurubatiba ganhar notoriedade mundial; viu a Lagoa de Imboassica agonizar e quase morrer...

Neste tempo, os rostos nas ruas mudaram. Os gringos continuam ditando as regras econômicas e os habitantes da fantasiosa "Sucupira" continuam ditando as regras políticas. Agora Macaé tem shopping. Um shopping cheio de poréns, é claro, como não poderia deixar de ser na Capital do "A gente dá um Jeito".

Nada aqui segue os padrões. O Mc Donalds não tem o rigor de atendimento e a patronização dos sanduíches das outras cidades; o Walmart não é hipermercado como nos outros lugares e mais parece um mercadão sem variedade, sujo e com péssimo atendimento; o Extra não é o Extra... nem supermercado, nem hipermercado - é bagunçado, fede, não tem quase nada e tudo absurdamente caro. Os supermercados e mercadinhos de bairro praticamente não apresentam diferença, nem de preço, nem de qualidade, nem de horário.

Apesar da possiblidade de em breve abrigar cerca de 1 milhão de habitantes, não há vestígios de uma vida 24 horas por aqui. As farmácias são as que mais se esforçam, acompanhadas das UPAs e do HPM que, em meio ao caos, ainda é o que há de melhor na cidade.

Tão triste ter tanto ouro negro no bolso de tão poucos. Mais triste é ver que esses poucos são tão matutos ou egoístas que não sabem empregar o pouco a que se dispõem investir na pobre Macaé.

E assim, as Malvinas continuam a ostentar aquele cenário deplorável; Nova Holanda só se firma no medo; e o Aeroporto continua a não ter um único terreno com escritura... Lagomar é um 'mar' de crimes de todos os tipos; o Centro e muitos bairros continuam alagando com as chuvas; a água é escassa, os mosquitos abundantes, a desiguldade mais ainda...

E de quem é a culpa? Fica a reflexão.

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